"O colapso do aprendizado da leitura e da escrita entre as nossas crianças não decorre de um simples erro administrativo nem de uma falha ocasional, mas de uma submissão sistemática da pedagogia brasileira aos dogmas do marxismo. O socioconstrutivismo é marxismo — e, pior ainda, uma versão burocrática e oficial inspirada no modelo soviético. Luria, Vigotsky, Freinet e Emilia Ferreiro — nomes reverenciados nas faculdades de educação — foram todos intelectuais comprometidos com a construção de uma psicologia e de uma pedagogia moldadas pelos princípios do materialismo dialético. Seu propósito não é desenvolver a inteligência das crianças, mas convertê-las em instrumentos de “transformação social”.
Os responsáveis pela disseminação do socioconstrutivismo nas universidades e escolas brasileiras deveriam ser afastados de suas funções e impedidos de lecionar, salvo se reconhecessem publicamente o erro e fizessem um mea culpa sincero. Essa medida é mais urgente, até, do que punir os envolvidos em escândalos como os dos mensaleiros e dos petroleiros.
Por isso, considero inadequado o uso da palavra “doutrinação” para descrever o que ocorre no sistema educacional. Doutrinar implica transmitir ideias a uma mente capaz de compreendê-las. O socioconstrutivismo atua num plano muito mais profundo: destrói a capacidade intelectual das crianças em sua base mais elementar, interferindo em seus reflexos inconscientes antes mesmo da formação de convicções. Sua adoção generalizada pelas faculdades de pedagogia brasileiras constitui um crime pedagógico e civilizacional, comparável — ou pior — do que qualquer grande escândalo político ou econômico do país."
