A Quadragesimo Anno é um pouco estranha. Preciso refletir mais. De qualquer forma, a Igreja não é contra a economia de mercado.
Na Rerum Novarum:
"De facto, como é fácil compreender, a razão intrínseca do trabalho empreendido por quem exerce uma arte lucrativa, o fim imediato visado pelo trabalhador, é conquistar um bem que possuirá como próprio e como pertencendo-lhe; porque, se põe à disposição de outrem as suas forças e a sua indústria, não é, evidentemente, por outro motivo senão para conseguir com que possa prover à sua sustentação e às necessidades da vida, e espera do seu trabalho, não só o direito ao salário, mas ainda um direito estrito e rigoroso para usar dele como entender. Portanto, se, reduzindo as suas despesas, chegou a fazer algumas economias, e se, para assegurar a sua conservação, as emprega, por exemplo, num campo, torna-se evidente que esse campo não é outra coisa senão o salário transformado"
Outro trecho da mesma:
"Façam, pois, o patrão e o operário todas as convenções que lhes aprouver, cheguem, inclusivamente, a acordar na cifra do salário"
"Uma vez livremente aceite o salário por uma e outra parte, assim se raciocina, o patrão cumpre todos os seus compromissos desde que o pague e não é obrigado a mais nada"
Bom, preciso pensar melhor no que Pio XI queria dizer na Quadragesimo anno, mas parece que queria enfatizar a necessidade de limites éticos e sociais, sem abolir a liberdade econômica.
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As encíclicas devem ser lidas de acordo com o contexto da sua época. Elas formalizam a visão da Igreja sobre determinado assunto em determinada época, mas não são documentos infalíveis. Podem tornar-se anacrônicos.
Por exemplo, a recente encíclica laudato si foi elaborada no auge da histeria do aquecimento global e faz menções a estudos daquele painel do clima que hoje sabemos ser enviesados. Parte dela vai envelhecer mal.