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O texto a seguir é baseado em 3 escritos de Olavo de Carvalho: O colapso do ensino no Brasil, sobretudo no aprendizado da leitura e da escrita, não é fruto de erro inocente ou desvio administrativo: é o resultado direto da submissão servil da pedagogia nacional aos cânones do marxismo disfarçado de ciência educativa. O nome técnico desse desastre é socioconstrutivismo — e não se trata de um equívoco teórico, mas de um projeto ideológico consciente. Luria, Vigotsky, Freinet e Emilia Ferreiro — os grandes oráculos da pedagogia moderna — foram militantes marxistas, devotos do materialismo dialético e empenhados em fabricar não homens pensantes, mas peças dóceis da engrenagem revolucionária. O objetivo nunca foi ensinar as crianças a pensar, mas usá-las como instrumentos de transformação social, moldadas segundo os desígnios do partido invisível que reina sobre a educação. Fala-se em “doutrinação”, mas essa palavra é fraca demais. Doutrinar é inculcar ideias em uma mente viva — e o socioconstrutivismo vai além disso: ele desmonta a mente na sua própria estrutura, atrofiando a inteligência em seu nascedouro e bloqueando a passagem natural da percepção ao pensamento abstrato. Em vez de formar o intelecto, substitui o raciocínio por reflexos condicionados e associações fabricadas por planejadores sociais. O resultado é um dano físico e moral, que afeta a própria arquitetura da consciência. Não é uma falha gramatical; é uma mutilação cognitiva. O produto dessa engenharia pedagógica é o analfabeto funcional, um ser que aprendeu a decifrar sinais gráficos, mas não compreende ideias. A tragédia é colossal: o analfabetismo funcional tornou-se endêmico entre as classes letradas, e por isso o Brasil é incapaz de compreender seus próprios problemas. A corrupção, a pobreza, o crime e o caos social são sintomas — a raiz é o colapso da inteligência nacional. O analfabeto funcional não sabe que o é. Vive num espelho quebrado onde tudo lhe parece compreensão, quando na verdade apenas reage a palavras como a um estímulo. Se o ignorante de gramática reconhece sua limitação, o analfabeto funcional acredita ser sábio. Criticado, julga-se vítima de intolerância. Confrontado com a lógica, imagina tratar-se de opinião. É por isso que, no Brasil, o debate morreu: onde não há inteligência formada, só restam paixões e slogans. Essa catástrofe nasce de uma inversão criminosa. Todo idioma possui uma base estável — alfabeto, fonemas, morfologia, sintaxe — e um campo aberto de significados e valores. A primeira parte aprende-se pela memorização e disciplina, a segunda pelo enriquecimento cultural e exercício da razão. Mas o socioconstrutivismo impôs a loucura de querer que as crianças criem cultura antes de saber ler. Pediu-lhes que dançassem antes de aprender a andar. O resultado foi a confusão total entre alfabetização, socialização e pensamento crítico — três níveis distintos reduzidos a um amálgama ininteligível. Assim, produzimos gerações inteiras incapazes de articular pensamento e linguagem. Na universidade, repetem jargões técnicos sem compreender o que dizem. Nos mestrados e doutorados, tropeçam em ortografia e são insensíveis à forma e ao sentido. Democratizou-se a ignorância. Hoje ela é equitativa: atinge pobres e ricos, conservadores e progressistas, religiosos e ateus. Nada disso foi acidente. Foi um projeto. Um plano de domesticação nacional travestido de pedagogia libertadora. E o crime, cometido à sombra da burocracia, é maior do que mil escândalos políticos, pois roubou de um povo inteiro a capacidade de pensar. Enquanto não houver um mea culpa nacional, enquanto os responsáveis não forem afastados e suas ideias repudiadas, continuaremos a confundir gritos com argumentos e slogans com sabedoria. O socioconstrutivismo não apenas falhou: ele destruiu. Destruiu o pensamento, corrompeu a linguagem, deformou a alma. Foi o maior atentado já cometido contra a inteligência brasileira. E o silêncio cúmplice de nossas elites pedagógicas é a prova mais clara de que o país perdeu, não apenas sua cultura, mas o senso do verdadeiro e do falso. Contra essa tirania mental, pensar tornou-se um ato de resistência.
2025-09-30 17:42:47 from 1 relay(s)
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