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Ontem eu fiz uma ligação com meus amigos, e em certo momento fiquei sozinha com uma carioca, que eu não conhecia. Ela mora na Zona Sul, já é bem mais velha, fez faculdade, mas não trabalha, tem empresa do pai, enfim, herdeira. Ela reclamou e comentou no quanto as pessoas demonizam o Rio de Janeiro desnecessariamente. Disse que sempre tentou fazer o bem pra que a cidade melhorasse, pois segundo ela aquilo é um paraíso malcuidado, que as pessoas tratavam ela como maluca por querer morar naquela cidade, mas ela discordava. Perguntei de forma sincera se ela não pensava em sair de lá. Ir pra outro país, estado, ou vir pra São Paulo. Mas, não. Ela disse que fez o contrário (parcialmente), que adorava sair da zona de conforto dela e ia visitar comunidades em um ônibus de turismo com guias, ver como era a vida por lá, tirar foto das pessoas, conhecer os locais pessoalmente. Disse pra mim que aquilo enchia a alma dela, uma forma dela de ajudar; bater foto, dar tchau pros moradores, etc. Era uma experiência inesquecível ver as pessoas tendo que andar tanto pra conseguir comprar um gás, e ela emocionada pois nunca precisou fazer aquilo, agradecendo por ter uma vida boa, e que quanto mais ela via as pessoas sofrendo, mais ela tinha vontade de voltar e visitar outras favelas. Depois falam mal de São Paulo porque tem trânsito e meia dúzia de crackudo em uma região. A macaca fazendo safari de pobre e achando que a cidade (ou ela) não é tão ruim. "Sair da zona de conforto", parece atriz da Globo. 🇧🇷Elite Aristocrática Socialista do RJ📸🐒
2025-12-06 17:00:07 from 1 relay(s) 7 replies ↓
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é o cúmulo do "Filantropia =/= caridade". causo: conheci gente que subia morro no RJ, pra dar aula de catecismo, reforço escolar, ate postinho medico com enfermeiro pras crianças de sábado. Organizavam pra mlk de colegial ajudar, dar aula, coletar remedio e brinquedo pra festa de natal, etc. Um ano indo lá, ele aprende a dar valor ao que tem e a humanizar o pobre. Só que um dia... voltaram pros carros pra ir embora, 3 meliantes sentados no muro atrás dos carros, cada um com uma Uzi. Não tinha como desviar ou fingir que não viu. - Vamos embora, algum problema? - Não... pô... o chefe tá felizão com vocês... pelas crianças... - Porque estão aqui? - O morro vizinho ataca, nóis é do bem, é defesa... No próximo ano, resolveram fazer caridade só em hospitais e asilos... lugares sem bala voando... a moral da historia: a degradação fecha várias portas. precisam aproveitar as poucas que sobram.
2025-12-07 00:17:37 from 1 relay(s) ↑ Parent Reply