"Ficou nítida a impotência humana em resgatar as pessoas que ama, não só da primeira morte, mas da segunda." Boa sacada. Não havia me ligado nisso conscientemente. Durante o filme inteiro o padre é impotente e fracassa em quase tudo. Por mais bem intencionado e desejoso em acabar com o sofrimento dos fiéis, só trilhou o caminho da derrota. Essa derrota me pegou pessoalmente porque me faz lembrar que durante um ano eu namorei uma moça feminista, ateia e abortista (ela parecia uma moça normal, sem sinal óbvio dessas características) Óbvio que não deu certo o relacionamento e ela acabou pegando raiva de mim porque eu tentava convertê-la. A condição dela para continuar comigo era que eu parasse de "proselitismo". Um dilema, em muitíssimo menor grau, que remete ao filme. O filme foi baseado num romance de um escritor japonês. Não conheço a origem do livro e também não fui atrás do "making of" do filme, mas, pelo que vi na época, os personagens da obra não são históricos. Provavelmente os produtores do filme devem ter tido assessoria de historiador na produção. Realmente parece a dramatização de uma história real. Outro ponto que eu também não pensei. Talvez um missionário cristão reformado pudesse passar por menos sofrimento. Os ícones e os sacramentos da eucaristia e confissão são caros para os católicos. Já para os reformados, outros aspectos da fé que não são tangíveis têm mais importância.

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ENSA aprovador 3 months ago
Ah agora o rapaz não está mais marcado. Enfim, a ficção é interessante também, ficção baseada em eventos históricos. Até os filmes biográficos tem ficção misturada também. Sinto muito pelo relacionamento frustrado, seria bom se você tivesse êxito em levá-la a Jesus, mas que bom que ela não te levou para longe dEle. As estatísticas envolvendo "namoros missionários" com intenção de converter o namorado (a) dá errado. O que conhecemos popularmente como jugo desigual. Mas muitos reformados também poderiam regenar a fé pelo medo. Na real, só não apostata quem ama e permanece no amor de Jesus. Como diria um pensador cristão, quem serve a Deus por interesse servirá qualquer um por uma recompensa (imediata) maior, porque a longo prazo ninguém pode oferecer o que Deus oferece para nós. Deve ser muito difícil se colocar no lugar daqueles cristãos, mas considerando que estavam perdidos e sem esperança, a fé lhes deu um motivo para o que viver e morrer. Eu tremo de pensar nisso, mas Deus permite que as coisas piorem para desejarmos nossa pátria celeste e não apegar aqui. Os japoneses do século XVII almejavam mais o Reino que eu e você, provavelmente. Nós vivemos em relativa paz e liberdade religiosa e magoamos fácil com Deus por qualquer coisinha. E nossa tendência é a de desejar o reino do príncipe desse mundo, onde vivemos temporariamente como peregrinos, fique cômodo e gostoso para nós vivemos para sempre. Minha mãe vive me dizendo isso quando comento os absurdos que estão fazendo com o Brasil, mas ela me lembra que o Brasil é terra estrangeira e que a Nova Jerusalém, minha pátria verdadeira, não está sujeita a nenhuma corrupção como aqui. Então vir os tempos difíceis nos fortelece, mas somente se ficarmos firmes em Cristo.