Quando eu digo conciliação, eu me refiro a que o lado que está na verdade prevaleça, sem determinar qual é esse lado. Se você está na verdade, que ela prevaleça sobre nós, se eu estou na verdade, que ela prevaleça sobre nós. Quanto a última parte, não é assim que funciona, pelo menos não no catolicismo. Se alguém, com coração reto, busca a Deus verdadeiramente, mesmo que não professe a fé de Cristo, pode alcançar a salvação, devido aos méritos do sacrifício de Cristo.
"Aqueles, portanto, que, sem culpa, ignoram o Evangelho de Cristo e sua Igreja, mas buscam a Deus com coração sincero e tentam, sob o influxo da graça, cumprir por obras a sua vontade conhecida por meio do ditame da consciência podem conseguir a salvação eterna."
Talvez aqui você acredite que isso não se aplique a você e se aplique somente a pessoas de outra religião, mas os ateus podem também buscar a Deus com coração sincero, mesmo que não cheguem à conclusão positiva.
A visão do inferno também não está correta, o inferno não é igualitário, assim como o Céu não o é. Há níveis de dor e a pena mais branda do inferno talvez seja a privação da visão beatífica, gozando apenas da felicidade natural.
Ir para o Céu ou inferno não é uma punição ou recompensa, é uma conseqüência natural conforme a própria estrutura da realidade, quem fica parado no trilho do trem eventualmente será atropelado, independentemente de se tinha consciência ou não de onde estava. Porém, no outro caso, Deus sempre está guiando o indivíduo para que ele saia do trilho, mesmo que ele não perceba ou não lhes dê ouvidos, pois o desejo d'Ele é que todos alcancem salvação, e não somente isso, goze de felicidade plena.
Login to reply
Replies (2)
Então a palavra que você escolheu não foi boa.
Sobre isso, eu gosto da visão que vocês tem, é como se o mundo tivesse sido criado por Jesus e tudo que vai contra isso são pessoas que querem lutar contra a verdade. É como saber como os gregos imaginam o mundo deles, onde existia o Hades e o Campo Elisius, é bem interessante.
Sobre essas versões de céu e inferno e todo dogma católico, sem entrar no cerne da questão, é a que eu menos respeito. Pelo menos nas outras denominações e protestantes eles fogem seguir os textos antigos, o catolicismo vai inventam coisas com a desculpa da tradição. Não que o resto todo seja inventado, é, mas eles pelos menos seguem lá o livro e beleza.
Não-cristãos não estão lutando contra a verdade, só não estão n'Ela, a partir da minha perspectiva, assim como, para eles, nós estamos na mentira e eles estão na verdade. Como eu falei no primeiro texto, através do diálogo, devemos ver nossas semelhanças e nos conciliar, prevalecendo a verdade, seja qual for. Todos acreditam que estão certos e devem ter mente aberta para reconhecer a verdade, se estiverem errados, isso vale para tudo, não só para a religião.
Não creio que os protestantes estejam fingindo, para haver diálogo, sempre deve-se presumir a honestidade da pessoa até que se prove o contrário e interpretar com caridade o que ela diz, do contrário não é possível ninguém se entender e tudo passa a ser acusação.
A Bíblia não é o único meio de conhecermos as verdades cristãs, nós, católicos, cremos no tripé Escritura, Magistério e Tradição. Nenhum deles tem mais autoridade que o outro, todos estão em conformidade, não se contradizendo em nada. A bíblia não veio pronta, foram milênios para que chegasse ao seu estado atual, desde o judaísmo. Os judeus não eram instruídos, a princípio, por escritos, e sim, pela boca dos profetas. Com o advento da Igreja, não foi diferente, as pessoas eram instruídas pelo discurso dos apóstolos na crença em Jesus Cristo, só no ano 51 d.C foi escrito o primeiro livro do Novo Testamento, primeria carta aos tessalonicenses, e o último, Apocalipse, só foi escrito em 95 d.C. Além disso, antigamente, os escritos eram feitos a mão com peles de animais, o que tornava a produção muito escassa e os livros muito difíceis de se manter, somado a isso o fato de que quase toda população era analfabeta, era totalmente inviável que o único meio de conhecer as verdades da Fé fosse por escrito.