Sinto tudo isso que você escreveu a maior parte do meu tempo. Nunca tive problemas em fazer amizades, mas parece que quase nenhuma vale a pena. Os poucos eu converso pouco. Não sinto nenhum tipo de saudade, ou mínima vontade de ver certas pessoas, até amigos. Se eu passar meses sem vê-los, não dá saudades. Também penso em sair, mas eu de fato não sei pra onde mesmo. Aqui é literalmente o único lugar que as pessoas minimamente me levam a sério, apesar das brincadeiras, ao menos me escutam. Se você se sente assim, não está sozinho.

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Também nunca tive problemas para fazer amizades. Mas, de uns anos para cá, ando muito mais seletivo com as pessoas que mantenho em círculos próximos de amizade. Minha "bateria social" é cada vez mais curta. Dá um desânimo grande ter contato com pessoas atoladas em modismos, consumismo e futilidades e, por este motivo, tenho evitado contatos mais amistosos com estes tipos de pessoa. Não me importo de conversar assuntos banais e nem tenho a pretensão de participar de um colóquio filosófico toda vez que encontro um amigo, mas os assuntos da macacada estão cada vez mais maçantes, até familiares que gosto muito ultimamente me desanimam ao conversar. Comecei a ter este comportamento lá por volta de 2018 quando perdi a amizade de um grande amigo de infância que se tornou esquerdista ao mesmo tempo em que a minha namorada feminista terminou comigo, tudo por causa de opiniões políticas diferentes. Nunca me importei deles terem a mentalidade coletivista e ideias estranhas. Sempre gostei de ambos por outras qualidades que superam este defeito. Mas ambos não toleravam que eu estava "surfando" na onda da direita. Na verdade eu gostava mesmo era dos memes e de irritar a comunada. Nunca me identifiquei ao certo nesta dicotomia bocó e revolucionária de direita x esquerda. Enfim, senti muito a perda de ambos. Meu melhor amigo e a moça que eu mais gostei nesse mundo. E tudo por psy op política. A partir daí passei a ser mais reservado em amizades. Quando vc diz que quase nenhuma amizade vale a pena, vc está certa. Nenhuma amizade precisa valer a pena. Se a amizade deve "valer a pena", então há um critério quantitativo e um objetivo transacional/utilitarista na amizade. Por exemplo, vc gasta um tempo aqui porque as pessoas ouvem tuas ideias e te tratam como indivíduo, sem fazerem qualquer outro tipo de julgamento, e isto te traz alguma forma de satisfação e validação da sua personalidade. Isto é bem bacana e não há nenhum problema nisso. Porém, a amizade verdadeira é um ato maior de doação. Um presente que vc dá gratuitamente para outra pessoa. Sob um aspecto utilitarista vc fica no prejuízo de forma voluntária ao doar seu tempo, seus sentimentos e ao fazer esforços para o bem da outra pessoa. "Não há maior amor do que dar a vida pelos amigos" Jo 15,13 No caso do meu ex melhor amigo e ex namorada, continuo gostando deles da mesma forma que antes, apenas triste por eles recusarem os meus presentes e darem mais valor a convenções e ideologias políticas e sociais. Ultimamente ando meio egoísta e reticente em doar-me para os outros. Não porque ficarei no prejuízo, como disse, mas por orgulho mesmo. "Se não me enxergam como indivíduo e não querem o meu presente, então não vou dar para macaco algum". E fechar-se no orgulho é a causa principal de todo o mal que existe neste mundo.
Fico imaginando como deve ser difícil pra você. Quando tinha a sua idade eu era um macaco de classe maior, entāo nāo enfrentava tanta dificuldade com relaçāo a ser ouvido, nem mesmo eu me levava a sério. Agora estou menos macaquístico, buscando sempre aprender mais e estudar coisas relevantes e que simultaneamente sāo do meu interesse. Acredito que o que tenho nāo se trata nem da necessidade de ser ouvido, mas de ver todo um universo por uma óptica que ninguém ao meu redor está inserido. É quase como se eu me sentisse louco. @Olavista Pardolista Integralista namorei por quase 2 anos, conforme o tempo passava eu me tornava diferente. Embora sempre a tratasse bem e etc, me sentia deslocado e desconfortável cada dia mais, a forma de pensar, os assuntos, tudo se tornou desagradável, até as conversas fúteis. Nāo é como se eu a tivesse enganado ou iludido de alguma forma, mas com o tempo eu mudei e ela continuou a mesma e passamos a conflitar na forma de pensar e nos interesses. O fim inevitável foi o término, embora ela nāo quisesse. Acredito que o seu caso é parecido em algum grau.
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L l@zaps.lol 3 weeks ago
também sinto exatamente o que ele falou, inclusive escrevi um texto ontem aqui sobre a minha sensação de deslocamento
Nada do que vocês relataram é um problema, pelo menos não na maioria das vezes. Eu lido com gente de todos os tipos e idades na faculdade e no trabalho, e posso afirmar com certeza que o que vocês estão passando é, basicamente, a maturidade chegando…ou já batendo à porta sem que percebam. Crianças querem atenção. Adolescentes buscam validação. Adultos desejam profundidade. Idos preferem silêncio. Mas quem realmente chegou à maturidade costuma querer se afastar. Um desapego que não é comum, mas que ajuda muito: excluir amizades, deletar contatos, sair de conversas fúteis. Curiosamente, esse desapego repentino, que é às vezes excessivo, costuma trazer mais paz. Quando isso acontece muito cedo, pode ou não ser um problema. No caso dos idosos, eles podem ficar meio rabugentos ou tranquilos, de bem com a vida; nada incomoda, mas também não importa. Já quando ocorre com alguém de 40, 30, 20 ou até 12 anos, pode ser problemático. Não porque a maturidade em si seja ruim, mas porque essa desconexão das coisas que davam prazer pode acabar com a pessoa. Imagine alguém de 40, trabalhando, sem família ou muitos amigos, e de repente entra nessa fase…É difícil, e quanto mais jovem, mais desafiador. Esse tipo de “maturidade forçada” é comum em quem sofreu abusos, passou por grandes dificuldades ou é neurodivergente (superdotados, TDAH, autistas, etc.). Não é algo novo ou permanente; é um ciclo que aparece de tempos em tempos. Pode ser apenas ocasional ou muito frequente. Quando não é bem manejado, pode levar à depressão, ao sentimento de que tudo está perdido, ou ao impulso de “tudo ou nada”: mudar de país, abrir um negócio, buscar sucesso, religião, novos círculos de amizade ou até ter filhos para ocupar a mente. Eu ainda não estou nessa fase kkkkkk, mas sei que vai chegar e terei que me virar. O complicado é que não há resposta única; cada um precisa “renascer” à sua maneira. Então, nada de ficar triste pensando que chegou ao fim. É apenas o começo de mais um ciclo. Boa sorte e boas ideias.
A prodígio quando não cai atirando, te bota pra cima pra te derrubar de novo. kkkkkkkkkkk oh criança seca do kct 🍼🐁
Fiquei uma hora escrevendo texto pra tentar ajudar e olha o que recebo, depois a gente defende palmada, e a gente que tá errada